Lilith foi a primeira iniciativa da Red Dragon no universo bonelliano e já começou com o pé direito ao nos trazer em cada volume três primeiras edições de uma série de 18. Para quem ainda não conhece, ela conta as aventuras de uma agente temporal que viaja para diferentes momentos do tempo a fim de evitar uma grande catástrofe no futuro. Lilith está sempre acompanhada de um “amigo não imaginário” que é invisível para os humanos comuns e lhe ajuda na missão de matar todos infectados pelo esporo.
 
A primeira edição foi um sucesso, Luca Enoch tinha nos levando até a Guerra de Tróia, em seguida o Caribe dos séculos XVII e XVIII com seus violentos piratas e terminou com as trincheiras da primeira guerra mundial. Já nesse início de jornada descobrimos com Lilith que a missão dela não é tão simples, pois algo mais se esconde por trás das intenções de salvação da humanidade. Outro elemento importante é que a viagem no tempo feita pela Lilith tende a ter o mínimo de interferências no fluxo cronológico, e qualquer pessoa mais importante que ela precise matar, de certa forma já estava predestinada a morrer em breve, claro que mal sabe a personagem o quanto realmente está interferindo no tempo. No entanto, a viajante só pode matar seu alvo depois que o esporo alienígena for desperto, exigindo que ela se coloque em situações perigosas e estabeleça alianças bem execráveis.
Esse segundo volume reúne as edições 4 a 6 e foram publicadas na Itália entre junho de 2010 e junho de 2011, lembrando que a série era semestral. (Nem me imagino ficar remoendo tanto tempo para ler cada capítulo). E na primeira história nossa heroína precisa se infiltrar entre o exército Confederado no início da Guerra Civil Norte-americana em 1861, para isso temos uma das mais revoltantes atitudes tomadas por Lilith, se juntar ao exército escravocrata, ajudando a prender escravos fugitivos e participar das maiores crueldades possíveis, claro que isso a afeta e a transforma aos poucos. Nessa história contamos com a participação especial de uma estrela do velho oeste que ainda estava em ascensão, mas deixarei sua identidade secreta para que o leitor tenha a oportunidade da surpresa.
 

Em seguida, voltamos no tempo para o século 11 na ilha da Groenlândia, onde conhecemos os primeiros colonos europeus do território, o povo que já foi conhecido como viking e que nesse século 11 já apresentava sua cultura muito deteriorada pela influência cristã. Justamente nesse embate da religião antiga com a nova que Lilith se coloca se posicionando entre Erick, o Vermelho, e seu filho Leifr. Esse grupo de nórdicos havia sido expulso da Noruega e Islândia por causa das atividades de pirataria de Erick e inicialmente tiveram boas relações com as populações originais que foram chamados de Skraeling.

A revista termina em 1937, anos antes da Segunda Grande Guerra Mundial num conflito não menos mortal entre a China e o Japão. Enoch é irônico ao nos mostrar algumas das maiores perversidades da guerra feitos pelos soldados do exército japonês. Vemos os soldados matando todos os homens que encontram pelo caminho sob o pretexto de possíveis espiões, enquanto as mulheres eram sumariamente estupradas. A sucessão de assassinatos, dos mais variados tipos são observados de perto por alemães do partido nazista, horrorizados ressaltavam a barbaridade dos japoneses, poucos anos depois eles mesmos estariam fazendo barbaridades semelhantes. Lilith, na sua caçada pelo Tricanto, o esporo alienígena, tenta ajudar quem pode, mesmo à revelia de seu companheiro animal, se fantasia e passa a ser conhecida como o rei macaco, aquele mesmo que inspiraria a animação, o Son Goku.
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