A entrada do Conan na Marvel foi cercada de resistência, havia uma demanda bastante interessada por parte dos fãs em adaptações de personagens mais conhecidos como Tarzan, John Carter e até Senhor dos Anéis. Claro que a obra do Tolkien não foi quadrinizada, pois a família sempre foi muito resistente quanto às adaptações, então a Casa das Ideias começou a arriscar na criação de universos expandidos de vários clássicos literários. Poucos anos mais tarde a editora teria investido inclusive em franquias cinematográficas como Planeta dos Macacos, Star Wars e Indiana Jones.
A versão de uma “Espada e Feitiçaria” ficou a cargo de Roy Thomas que inicialmente tentou trazer o personagem Thongor do Lin Carter, o Conan inicialmente teria sido abandonado inicialmente pois o autor tinha se frustrado ao tentar ler um dos livros do Robert Howard. Porém, devido a entraves de negociação entre o agente literário de Carter e o dono do dinheiro Martin Goodman (editor da Marvel entre 1961 e 1971), a ideia de trabalhar com Thongor foi abandonada.

Roy Thomas então entrou em contato com a Fundação Robert Howard e fechou um acordo com valor acima do estipulado por Goodman. Temendo ser despedido, resolveu assumir os roteiros e a editoração, para cobrir os gastos suplementares em decorrência da necessária contratação de uma equipe maior, pelo menos por algumas edições. Mal sabia ele que ficaria à frente do personagem por duas décadas nos mais diferentes títulos que o Conan ganhou, além de fazer participações pontuais nos anos 1990.

Nessa primeira fase do Conan temos principalmente adaptações dos contos do Robert Howard e algumas histórias inéditas publicadas em Conan the Barbarian. Aqui as histórias foram bastante modificadas em relação à obra original pois Roy Thomas já demonstrava a intenção de criar uma continuidade cronológica similar ao que ocorria com os personagens super heroicos da editora. Barry Windsor Smith assinava a arte que contava com finalização de Sal Buscema, mas o desenhista não foi a primeira escolha, pois Roy pretendia contratar John Buscema ou Gil Kane, ambos caros demais para os padrões de Martin Goodman.

A revista teve uma ótima aceitação entre o público, ávidos por mais histórias do personagem, em quatro anos uma nova revista seria lançada: a Savage Tales. Mais uma aposta arriscada de Roy Thomas, pois passaria a testar um formato maior que o comum para as publicações da editora e em Preto e Branco. As histórias também teriam um teor mais adulto tanto em relação à violência quanto a nudez.

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