O medo do escuro, o desconhecido invisível, sempre assombrou a humanidade, foi a partir dessa sensação de perigo iminente que os monstros foram criados pela mente das pessoas. Mas será que tudo é apenas fruto da imaginação? A única certeza é que algumas dessas criaturas mortais aparecem de forma recorrente em mais de uma cultura, e dentre elas temos o lobo transmutado num homem, o lobisomem.

A revista Lua Negra vai explorar esse tema por meio da história de um casal apaixonado separado por uma tragédia, o ataque noturno de um ser sedento por sangue. A resposta é rápida, e tão rápido como o ataque, a vingança aflora no sobrevivente que não mede esforços para enfrentar o vilão que levou o amor de sua vida.

 

Publicado no formato de Graphic Novel, ou seja, uma história completa num único volume, Lua Negra bebe do romance gótico para construir sua narrativa dividida em três atos e um epílogo. Característica estilística que desde as primeiras páginas se revela quando acompanhamos uma longa narração por meio de caixas de texto que expõe os sentimentos e questionamentos dos personagens com um narrador onisciente. Narração carregada de um melodrama clássico que ambienta ao mesmo tempo que deixa pistas sobre o sobrenatural que aos poucos viria a se revelar fisicamente.

A arte de Gean Bandeira complementa a ambientação construída pelo roteiro do Alex Magnos, um traço realista e visceral que encontra paralelos nos áureos tempos dos quadrinhos de horror que, dentre tantos, podemos destacar o título brasileiro Calafrio que aterrorizou os leitores na década de 1980. Seu traço chama atenção pelo detalhamento das cenas que poderia ocorrer em ilustrações estáticas, mas Bandeira consegue subverter as páginas estáticas com enorme dinamismo nas cenas de ação que tomam quase todo a revista.
 
Ao final, ainda temos um interessante texto escrito por Alex Magnos sobre como o mito do lobisomem se manifestou através do tempo e do espaço. O autor investiga as origens dessa criatura que reúne registros a partir dos grandes filósofos gregos, mas que extrapola qualquer cultura e revela diferentes versões em todos os continentes.

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